Fotos: Paulinho Mafe
A Quadrilha Junina Raio de Sol foi fundada em 1996, a partir da iniciativa de Alana Nascimento e José Bonifácio (Boni). Formada inicialmente por alunos da escolinha Pantera Cor de Rosa, da comunidade de Águas Compridas, Olinda, foi criada apenas com o objetivo de animar a festa de São João da Escola. Devido ao sucesso da primeira apresentação, recebeu convites para participar de outros eventos e no arraial do bairro, conquistando a comunidade e o público. A cada ano, a Raio de Sol aperfeiçoava seu figurino, coreografias e casamento matuto, destacando-se entre as quadrilhas mirins e conquistando o seu primeiro grande título em 2000, como campeã do Festival Pernambucano de Quadrilhas Juninas Infantis promovido pela Prefeitura do Recife.
As crianças foram crescendo junto com a quadrilha, que passou a categoria de quadrilha adulta, em 2002. Desde então, tem se classificado nos principais concursos de quadrilha do Estado. A partir de 2006, com marcador e coreógrafos que cresceram e se profissionalizaram em função da quadrilha, e devido à concepção diferenciada de fazer quadrilha dos produtores Fábio Costa e Américo Barreto, a Raio de Sol tem se destacado bastante. Conquistou o tricampeonato Pernambucano de Quadrilhas da Prefeitura do Recife (Sítio da Trindade), o Campeonato do Sesc e o concurso da Rede Globo Nordeste. Além de participar dos diversos arraiais espalhados pelos bairros do Recife e Olinda, a Raio de Sol tem representado o Estado de Pernambuco em Concursos Regionais de Quadrilhas: Nordestão, Regional da Globo, Iguatufest.
Além de participar dos concursos, a Raio de Sol foi convidada para diversos eventos: Casa da Cultura, Shopping Tacaruna, Globo News, Globo Comunidade, Programa Mais Você, Reportagem - Tv Jornal, Reportagem - Rede Globo, Mostra Brasileira de Dança, na ultima sendo a única quadrilha junina a participar de um evento nacional de dança.
A paixão pela quadrilha e pelos festejos juninos se fortalece no decorrer dos ensaios e nas horas de dedicação, somando a cada ano amizades, alegrias, garra e união: é uma verdadeira família que trabalha o ano todo.
Como parte desta paixão evidente dos participantes da Raio de Sol, recolhemos um depoimento de um Quadrilheiro: Henrique Araújo de 24 anos, residente do bairro de Água Fria, que enfrenta a distância para os ensaios e se dedica totalmente a "Raio" neste período do ano.
A quadrilha Raio de Sol entrou em minha vida por acaso, eu tinha completado 10 anos de quadrilha dançando em 2009, e tinha decidido não dançar mais, por conta de problemas em outros grupos, por conta de vários fatores que culminaram no meu desiludir de dançar, foi quando através de uns amigos que participava do grupo, eu fui olhar um ensaio, em meio de maio de 2010, apesar de que em minha cabeça a Raio seria a ultima opção de quadrilha, por conta de ser um grupo com estilo de dançar diferente, com espetáculos bonitos, mas não era muito meu jeito de dançar. Aí foi quando me vi próximo à estreia, estava eu lá na Raio de Sol 2010, com um convite de Ruth toda apressada, e eu logo aceitei, entrei, estranhei, quase chorei, mas nessa brincadeirinha em 2013 completo quatro anos no grupo que amo, que me fez crescer como pessoa, que me “aprovou na faculdade” que me serviu de inspiração em tantos artigos (risos), que me aperreia, mas que tenho certeza que estou aprendendo sempre com os melhores.
Outro fato que eu gosto na “Raio”, é o fato de ser muito organizada, ter hora de sair e chegar, nossas metas, um grupo que brinca, bagunça, mas entre nós mesmo, muito responsável, e um maior ainda, os meus amigos, os inseparáveis que nos motivam a estar sempre ali, ralando, suando, sorrindo em prol de um único objetivo, mas com um prazer tão grande que nenhuma palavra conseguirá definir o que nós quadrilheiros sentimos, e ser Raio de Sol, uma quadrilha de um prestigio tão grande no meio das grandes é tão prazeroso quanto o prazer de dançar.
Henrique Araújo Brito.
Concurso Pernambucano de Quadrilhas Juninas - Prefeitura do Recife - FINAL - Quadrilha Junina Raio de Sol
Fonte: Livro “Nos Arraiais da Memória – as quadrilhas juninas escrevem diferentes histórias” – Mario Ribeiro do Santos / (Secult / Fundação de Cultura do Recife 2010)
.JPG)