Está quase pronto o edifício que irá abrigar o primeiro módulo do Centro de Cultura e Museu Cais do Sertão Luiz Gonzaga, no local do antigo Armazém 10 do Porto do Recife. Ocupando área de 2 mil m², o espaço, projetado pela Brasil Arquitetura, foi inteiramente concebido para receber a exposição permanente do museu – um ambiente multimídia que conta, através de objetos pessoais, roupas, instrumentos, músicas, filmes, instalações e estações interativas, a história de Luiz Gonzaga, ancorando-a fortemente na cultura do Sertão nordestino. A abertura do primeiro módulo está marcada para 13 de dezembro.
Um juazeiro de 50 anos, transplantado de Garanhuns, recebe os visitantes na praça de entrada do museu, pensada como um espaço de convivência. A sobrevivência da árvore, entretanto, ainda não é certa: há 50% de chance que ela morra, devido ao processo traumático da transferência e às diferenças climáticas entre o semi-árido e o litoral. “Estamos rezando para que tudo dê certo”, diz Isa Grinspum Ferraz, curadora e diretora de criação do Cais do Sertão, explicando que, casa o juazeiro não resista, a área irá receber outras plantas da caatinga.
Na entrada do museu haverá uma vitrine de 13 metros de extensão na qual estarão expostas sanfonas, gibões e outros objetos que pertenceram a Luiz Gonzaga. Em seguida, o público passa por uma sala circular apelidada de “Útero”, que oferece “uma vivência concentrada do sertão”, nas palavras de Isa. Durante cerca de oito minutos, visitantes serão imersos no ambiente “O Sertão é o mundo”, composto por projeções criadas pelo cineasta Marcelo Gomes.
A maior área do museu é o “Armazém – o mundo do sertão”. Cortado por um arroio representando o Rio São Francisco, o espaço será dividido em sete territórios temáticos que exploram as diferentes dimensões da vida no Sertão: “Ocupar”, “Viver”, “Cantar”, “Trabalhar”, “Migrar”, “Crer” e “Criar”.
O "Rio São Francisco" corta o espaço "O mundo do Sertão", por sua vez dividido em sete territórios (Foto: Peu Ricardo)
Ao redor do “Armazém”, mezaninos exploram a música do semi-árido. Haverá instrumentos musicais disponíveis para oficinas e atividades educativas; um karaokê onde visitantes poderão gravar e enviar por e-mail músicas de Luiz Gonzaga; um estúdio onde o público poderá criar, através de samples, seus próprios baiões; e uma discoteca com a discografia completa de Gonzagão, para ser escutada e pesquisada à vontade.
Segundo módulo
O segundo módulo do Cais do Sertão, entretanto, só abre no fim de 2014. Construído sobre um vão livre quase do tamanho do famoso vão do Masp, em São Paulo, o andar elevado conterá um grande espaço para exposições temporárias, um auditório com capacidade para 270 pessoas, biblioteca, reserva técnica, uma sala multi-uso para cursos e palestras, um jardim sertanejo suspenso e um restaurante-escola.

Obra do segundo módulo, em andamento, é delicada, devido ao vão livre, ao terreno de aterro e a muralhas centenárias encontradas no local (Foto: Peu Ricardo)
Fonte: Blog Foco




