O que você deseja conhecer?". Essa é a primeira pergunta que Larissa Almeida faz ao turista que planeja visitar Pernambuco. À frente da Loa Turismo de Experiências, a empreendedora vai na contramão do que faz a maioria dos receptivos turísticos no estado. "Normalmente, o roteiro é engessado. Minha ideia é oferecer passeios personalizados, de acordo com o interesse da pessoa, e colocá-la pra interagir com a cidade", explica. Para Larissa, Pernambuco é vendido como destino cultural, mas o turista pouco tira proveito disso. "Muita gente vem pra cá e vai embora sem ouvir um frevo de verdade, sem experimentar um prato regional. Levo pra conhecer essa realidade".
A Loa nasceu em maio deste, quando Larissa resolveu investir em um antigo projeto. "Criei a empresa como trabalho de conclusão de um curso de empreendedorismo que fiz em São Paulo. Quando saí do meu último emprego, resolvi pôr em prática a ideia". De início, Larissa contava com a ajuda da sócia Beatriz Garrido. Hoje, toca a empresa sozinha. Com sede física no Núcleo de Empreendimentos em Ciência, Tecnologia e Artes (Nectar), vinculado à Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e sede virtual em uma página institucional no Facebook, a Loa possibilita um intercâmbio cultural em formato de city tour.
Aos 34 anos, Larissa tem formação em Hotelaria e mestrado em Administração, mas sempre se interessou por pesquisar sobre gastronomia. "Não só pesquisar, mas provar de tudo um pouco, sem frescura". Durante a graduação em Hotelaria, aprendeu sobre gestão gastronômica. Por fora, fez cursos livres, viajou para destinos com tradição na cozinha, pôs a mão na massa. "Desde Gilberto Freyre, a cozinha passou a ser considerado um traço essencial pra se entender um povo. Acredito nisso".
No roteiro que faz por Recife e Olinda, por exemplo, a gastronomia ganha destaque. "Começamos tomando café no Mercado da Encruzilhada, compramos frutas no Mercado de São José, tomamos caipirinha no Pátio de São Pedro e almoçamos em uma casa regional em Olinda. Misturamos história e gastronomia", conta. O tour Saboreando Recife, carro-chefe da Loa, dura entre quatro e seis horas, e custa R$ 135 por pessoa (refeições inclusas, bebidas à parte).
Outra preocupação de Larissa é mostrar ao visitante frevo, coco, samba, maracatu, afoxé, caboclinho, boi... De verdade. A Bomba do Hemetério é um celeiro de manifestações artísticas genuínas. "A comunidade recebeu, inclusive, treinamento pra receber os visitantes. É um lugar obrigatório pra quem quer experienciar a música e a dança". Além dos mestres do Alto da Zona Norte do Recife, Larissa consegue programar visitas a terreiros de candomblé, oficinas de reciclagem, aulas de capoeira, entre outras atividades. "Tudo depende do interesse do viajante. Damos a chance pra ele mergulhar em um universo específico".
Mas Larissa e equipe não se restringem à Região Metropolitana. Um roteiro por Vicência, na Zona da Mata Norte, aproxima o turista da cultura do açúcar, o põe para preparar uma receita típica, experimentar uma cachacinha e dormir em um engenho secular. No Sertão, a Loa o leva até Petrolina, passeia pelas vinícolas, degusta os melhores vinhos e ainda navega de catamarã pelas sete ilhas do Rio São Francisco. Interessou? Preços sob consulta.
Foto: Roberta Ramos
Fonte: Pernambuco.com