segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

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"O CARNAVAL É NOSSO" com Natalí Falcão

Social
Sem eles não haveria Carnaval... já pensou a sua banda favorita parar de cantar por falta de planejamento? E se aquela troça ou bloco carnavalesco não conseguir se apresentar por falta de uma peça de roupa ou algum acessório? E aí, o que fazer? É para isso que os figurinistas trabalham arduamente para manter tudo bonito aos olhos de quem espera o ano inteiro pela apresentação. Os bastidores é a principal causa de manter tudo organizado, padronizado e sem que ocorram maiores dores de cabeça, porém como há sempre em qualquer grande evento suas falhas, estas são superadas pelo desempenho mostrado em palco.

E no quadro de hoje, O Carnaval é Nosso! , entrevistamos a Carnavalesca do Caboclinho Kapinawá, Natalí Falcão que vai nos contar um pouco sobre a história do grupo e sua participação.



VIVA: Como começou sua história no Kapinawá?

NATALÍ: O Carnaval começou muito cedo pra mim, desde o início sempre fez parte da minha vida, meu avô (por parte de pai) é fundador do caboclinho, minha tia começou dançando, inclusive meu pai e minha mãe se conheceram no caboclinho. Os ensaios aconteciam no campo próximo a minha casa , minha mãe sempre  acompanhava os ensaios, quando o meu pai viu minha mãe achou ela bonita e ficou dançando pra ela (risos). Namoraram, casaram e minha mãe dançava e ensaiava grávida de mim. Então desde embrião vivi naquele meio cultural, desde pequena via meu pai fazendo capacete, os figurinos, eu tinha muita vontade de dançar, meu pai e meu avô nunca me deixavam dançar por ser nova. Tinha quatro ou cinco anos e não era permitido criança nas agremiações, tinha que esperar completar sete anos, eu esperei meus sete anos,comecei a dançar, a me apresentar e comecei a me apresentar como destaque, atrás do porta estandarte. Mais tarde passei a participar do grupo Guerreiras, a casa fica cheia de gente, mostrando coreografia,fiquei vendo essa união.

VIVA: Como se sente por trás dos bastidores?

NATALÍ: É muito legal quando, por exemplo, você sai na rua e a pessoa olha aquela sua roupa e pede para tirar uma foto com você, e você imagina todo aquele tempo que passou bordando, comprando as coisas, pensando no que fazer e como fazer aquilo, e de repente ver o seu trabalho reconhecido, ver o seu trabalho ali, pronto. É um misto de felicidade mesmo. O caboclinho tem seus diretores, formado por grupos, cada grupo tem seu diretor e no meu caso a diretora do grupo pensa em alguma coisa e em reunião discutimos e aos poucos vai colocando a ideia em prática, a gente chega a passar noite acordadas, chega a dormir na casa da minha tia onde se reúnem as pessoas do grupo as Guerreiras e lá às vezes não tem cama pra todo mundo, dormimos no emborrachado que é um dos materiais que a gente usa pra fazer roupa e dorme no chão, se acorda feliz e já acordamos bordando, colocando pena, escolhendo pena...

VIVA: E como é o preparo, dois meses antes?

NATALÍ: Começou em janeiro desse ano, passando já à noite acordados.

VIVA: E a escolha do tema para confeccionar, como se faz?

NATALÍ: Na verdade não tem uma temática, a gente primeiro escolhe as cores e os diretores começam a discutir as cores para dar um equilíbrio visual, para não ter repetição de cores, a minha por exemplo vai ser rosa e verde, outro escolhe uma cor que não distorça das outras, os grupos vão ficar em sequência, cada grupo tem seu tema, às vezes não é um tema fixo, é um tema abstrato. Por exemplo, ela (diretora) viu um símbolo muito bonito, gostou daquele símbolo e nele há um significado que está na beleza dele.

VIVA: Como você se vê nas duas vertentes, bastidores e à frente do caboclinho?

NATALÍ: No caso eu também danço, faço minha roupa para eu dançar, eu adapto minha roupa, vou lá na avenida e danço. A alegria de estar ali representando a cultura e ver todas aquelas pessoas prestigiando você, o seu trabalho e mais tarde ver os resultados... na escolha no ano passado o grupo foi campeão e você vê realmente que valeu a pena todo o esforço. Me sinto realizada carnavalescamente (risos). 
Acervo pessoal, Natalí Falcão

 Então, gostou da nossa primeira matéria desse quadro? Aguarde as próximas postagens! E já adiantando... Próxima semana duas grande costureiras do nosso carnaval.   Fique ligado, até mais!


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