Galeria Amaparo 60 expõe trabalhos individuais e coletivos de artistas do Nordeste. Foto: Arthur Souza/Esp.DP/D.A Press
Galeria Amparo 60
Lúcia Costa Santos, diretora da Galeria Amparo 60, manteve por quatro anos uma loja em Olinda, focada em design e decoração. O local, que exibia apenas peças selecionadas com rigor, era dividido com Janete Costa, sua mãe, e funcionou no período de 1992 a 1996. “Comecei a manter contato com artistas por causa disso. Tínhamos uma sociedade, vendíamos antiguidades e muambas, mas tudo muito selecionado”. Após esse período a loja se mudou da cidade-patrimônio para Boa Viagem, zona sul do Recife. Lá, era possível encontrar móveis e decorações modernas antes da existência de lojas do tipo em grandes shoppings da capital. Obras de arte eram expostas junto aos objetos à venda e logo Lúcia sentiu a necessidade de um espaço exclusivo para elas. “A partir de 98 comecei a utilizar espaço superior da loja especialmente pra exposição de arte. O surgimento da Amparo 60 enquanto galeria aconteceu com uma exposição individual de Eudes Mota”. A partir daí ocorreu a divisão: a loja de móveis e decoração aberta noutro lugar, uma galeria de artes nascida na Amparo 60. “Foi há quinze anos. A cidade tinha poucos espaços do tipo naquele momento, era uma necessidade”.
Atualmente, a galeria expõe trabalhos individuais e coletivos, com foco especial em obras de pernambucanos e nordestinos, mas com espaço aberto para artistas de toda a parte do Brasil e do mundo. No acervo da Amparo há disponível para venda trabalhos de 25 artistas, entre eles Paulo Bruscky, José Rufino, Alex Flemming e Cristiano Lenhardt. “Eu não estudei pra ser galerista, me tornei. Fui aprendendo, mudando e a galeria também. Estamos mais organizados e preparados”. Lúcia explica que galerias são espaços para convivência na cidade e não um local exclusivamente de comércio. “É um lugar de representação. Ele dá espaço aos artistas e retorno à cidade. Qualquer pessoa pode entrar e visitar o que está sendo exposto, as palestras, as aulas”. Para a galerista, as artes plásticas no Recife vêm sofrendo com pouco investimentos do poder público. “Temos bons artistas e a cidade tem espaço para aumentar seu mercado. Recife tem potencial para abranger arte do mundo todo, mas precisa de mais investimentos de órgãos públicos”.
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Conheça a galeria e aprecie as duas mostras individuais que estão em exposição. Bruno Vilela e Cristiano Lenhardt, nomes em destaque na arte contemporânea nacional, ocupam a Amparo 60 até o dia 10 de agosto. Vilela apresenta a série pinturas Voodoo Drama, que incluem quatro enormes painéis que, devido ao tamanho vasto e a sutileza das mudanças de luz e cor, induzem o público a se aproximar das obras. O conjunto de trabalhos Planalto, de Cristiano Lenhardt, exercita a alternância entre o bidimensional e tridimensional a partir de formas geométricas simples, como triângulos e quadrados. As obras ficam na Amparo 60 de terça e sexta, das 10 às 13h e das 14 às 19h; aos sábados das 10 às 14.
Serviço
Av. Domingos Ferreira, 92 A, Boa Viagem
Informações: 3033-6060
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Arte Plural Galeria
Fundada em 2005, a Arte Plural Galeria (APG) está localizada num casarão restaurado na Rua da Moeda, uma das mais movimentadas do centro histórico da capital. Durante o ano, são expostos na galeria obras de artistas novos e consagrados. Exposições, workshops, palestras e mesas de debate fazem parte da programação da galeria. O projeto Sarau Cultural, que une música e fotografia, acontece nas últimas terças-feiras do mês e promove a leitura e interpretação de versos, provas e poemas, sempre com a presença de um convidado especial e com um tema específico. Dentro da galeria há ainda o Atelier de Impressão, laboratório de imagem especializado em reprodução de imagens para portfólios e exposições. No acervo permanente da Arte Plural são encontradas peças de renomados artistas pernambucanos e brasileiros, como fotografias de Fred Jordão e Eduardo Queiroga, quadros de Dantas Suassuna e Nino Ferreira, e esculturas de Thina Cunha.
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O artista plástico recifense Pragana expõe quinze obras baseadas em colagem de recortes de papel na exposição Aglutinar. As composições com diferentes texturas pretendem unir diversas experiências do artista. Aberto a público, a visitação ocorreaté o dia 11 de agosto, de terça a sexta-feira das 13 às 19h; e aos sábados e domingos das 16 às 20h.
Serviço
Rua da Moeda, 140, Recife Velho
Horário de Funcionamento: terça a sexta-feira, das 13h às 19h; sábados e domingos, das 16h às 20h;
Informações: 3424-4431
Galeria Dumaresq
A Dumaresq está localizada em Boa Viagem e existe como galeria de arte desde 1996. Antes, era destinada ao comércio de antiguidades. “Desde os anos 80 que Nadja, diretora da galeria, é envolvida com o Mercado de Arte”, explica Váleria Dumaresq, sua filha. “Ela comercializou objetos e móveis antigos durante muitos anos. No final dos anos 80 passou a ter contato maior com os artistas contemporâneos. Passou a frequentar seminários na Fundação Joaquim Nabuco e no Mamam [Museu de Arte Moderna Aluísio Magalhães], conheceu curadores...”. Dessa forma começou a transformação na galeria, que com a orientação de crítico de arte, curador e professor de arquitetura e urbanismo na Universidade de São Paulo (USP), tomou as formas que apresenta hoje.
Váleria explica que o Recife vivia uma transformação em seus espaços de arte durante a mudança de foco da Dumaresq. Mais espaços – e mais diálogo – foram abertos para os artistas contemporâneos da cidade. Atualmente, ela conta que a galeria tem estreitado a interação com estados fora de Pernambuco através da participação em feiras e da inserção de obras de novos artistas. “A galeria é focada basicamente em arte contemporânea expressa em pinturas, esculturas, gravuras, desenhos, fotografias e vídeos. Nos relacionamentos também com música e dança”, descreve.
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Em exposição desde 5 de junho, ainda é possível aproveitar duas mostras individuais em cartaz na Dumaresq. De Fábio Carvalgo, Bai Feliz Buando, no bico dum passarinho apresenta bordados e objetos sobre a delicadeza de tecidos, de lenços de namorados. Já Izidóio Cavalcanti, em Nego – Branco sobre branco expõe registros da performance em que utiliza camadas de cal para compor sua versão da bandeira da Paraíba. Em cartaz até 31 de julho. De segunda a sexta das 9h às 18h e aos sábados das 9h às 13h.
Serviço
R. Prof. Augusto Lins E Silva, 1033, Boa Viagem
Informações: 3341-0129
Instalação das obras de Izidório Cavalcanti na Dumaresq. Foto: Galeria Dumaresq/Divulgação |
Galeria Ranulpho
Há 45 anos a Galeria Ranulpho se firmou no Recife. Levando no nome a família de seu fundador, Carlos Ranulpho, ela é tão significante para o mercado de arte da cidade como para a vida de seu proprietário. Ranulpho trabalhou como joalheiro por vinte antes anos antes de criar o espaço na Rua do Bom Jesus, no centro histórico da capital. “A minha atuação como joalheiro me deu uma base muito sólida como comerciante, que de certo modo foi muito importante quando me iniciei como mercador de arte”, conta. Ele explica que seu pai foi artista e que desde muito pequeno conviveu ao redor de desenhos e pinturas.
O proprietário considera que a existência da galeria foi essencial para o Recife por ser um espaço com acervo próprio e sólido, aberto para artistas e exposições. “Ressaltando que em seus 45 anos de atividades permanente a Galeria Ranulpho representa grande parte de minha vida, pois me dedico tempo integral a arte”. Para Ranulpho, a publicação do livro Olhar Sobre a Década de 60 sobre as obras do pintor Vincente do Rego Monteiro foi a coroação de seu trabalho. Apesar de satisfeito com sua atuação, Ranulpho planeja o futuro. "É sempre importante não só renovar, mas também se atualizar". Ele afirma se dedicar à arte moderna e possuir um novo olhar também para a arte contemporânea.
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Mostra que representa as diversas faces do artista recifense Roberto Botelho, Seis Séries, Vinte e Uma Visões poderá ser visto no Recife a partir do dia 1º de agosto na Galeria Ranulpho. A exposição segue até o dia 23 do mesmo mês e será aberta para visitação entre segunda e sexta-feira, das 10h às 12 e de 13h30 às 18h.
Serviço
R. Bom Jesus, 125, Recife Velho
Informações: 3225-0068
Fonte: Pernambuco. com